Serafim era um serralheiro
que trabalhou um pedaço de metal
por prazer e sem receio
nunca havia feito igual
trabalhou sem parar
sem dor ou tormento
durante tres noites de luar
moldando ali o seu talento
de uma chapa tao vulgar
nasceu um lindo pessegueiro
tinha arestas por limar
mas confortava o serralheiro
“mas perdeste o juizo?”
perguntou o seu patrão
“não pedi nem preciso
dessa arvore de latão”
fiz este pessegueiro
pela sua linda flor
para alegrar este estaleiro
para que sintam o seu odor
mas la ficou esquecido
o pessegueiro inanimado
pelos cantos perdido
como entulho mal amado
pois aquilo era lata
sem brilho ou valor
embora pra ele fosse prata
trabalhada com amor
foi entao que serafim
numa manha de primavera
se regojizou enfim
valeu a pena a sua espera
o pessegueiro ja nao era lata
nem coisa morta a desprezar
o que foi uma sucata
tinha beleza para admirar
era vistoso este pessegueiro
de caule, folha e flor
deu alegria aquele estaleiro
deu sombra, aroma e cor
estava feito o milagre
todos pensaram assim
pela mao deste homem
o serralheiro, o serafim.
bubbas
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